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Da cestaria aos metais, dos trabalhos em madeira às pinturas alentejanas, do esculpir do mármore aos tecidos e rendas, sem esquecer as imemoriais artes da pesca de rio, os saberes artesanais do Alandroal – profundamente ligados aos ciclos da existência coletiva e às necessidades práticas do quotidiano – mantêm uma luta sem tréguas contra o esquecimento. Os artesãos do Alandroal estão disponíveis para disponibilizar peças, partilhar conhecimentos e transmitir saberes ao visitante interessado. Aproveite a rara oportunidade: é só contactá-los e dizer ao que vai.
MANUEL CLARÉ
A história de Manuel Claré, como aproveitador de madeiras para fazer peças artísticas começou no dia em que uma raiz na barragem de Lucefécit lhe chamou a atenção. ”Ao vê-la, achei que era engraçado fazer alguma coisa com ela”, comenta. Desde então, recolhe tudo o que possa transformar; oliveira é o que mais aparece, mas também azinho ou
amieiro. Os seus trabalhos são feitos nos tempos livres que a profissão (cantoneiro de limpeza da Câmara Municipal de Alandroal) lhe deixa. Como raramente usa madeira nova, há peças que levam semanas só a limpar. Depois aplica cera de abelha para obter o efeito pretendido; vernizes só quando o cliente pede. Trabalha apenas por encomenda, que nos últimos tempos têm sido mais raras. Por isso, tira partido da sua formação como marceneiro para fazer restauros ou outros trabalhos. A oficina está desde Agosto de 2012 no edifício do antigo Hospital da Misericórdia. Toda a gente sabe onde fica mas é melhor telefonar antes de aparecer.
CARLOS DAMAS
Carlos Damas, 42 anos, tinha 13 quando começou a fazer canudos, seguindo uma tradição familiar que vem desde o bisavô. Tradicionalmente, o objeto obtido a partir de ramos de alandro, madeira macia que se presta a ser entalhada, servia para atiçar o lume ou a lareira, depois de lhe ser retirado o sabugo ao centro. Hoje, é sobretudo uma peça decorativa,
pacientemente trabalhada até se obter um rendilhado de belíssimo efeito. Apesar de ganhar a vida de outras formas – como guardador de gado e, até há um ano, como servente de pedreiro –, Carlos Damas nunca deixou de trabalhar a madeira. Pode vê-lo a trabalhar no centro da vila, num banco de jardim ou junto à Fonte das Bicas, por um tempo transformados em oficina de artesão.
JOSÉ DA SILVA
JOÃO GODINHO
MARIA PISCO
CIDÁLIA SILVA
JACINTA ALBINO
TEONILA FONTES
NIDIA CLARÉU
LUDOVINA CHILRA
VICÊNCIA CALEÇO
Vicência Caleço, faz rendas desde que se lembra. Aos 11 anos, a mãe ensinou-a e depois habituou-se a fazê-las (”é uma paixão que eu tenho”), mesmo quando trabalhava no campo e os tempos livres eram escassos. Diz que é uma coisa de família, que faz para si e para quem encomenda. Agora que está reformada e em casa, não deixa de trabalhar todas as horas disponíveis, tendo especial predileção em fazer ”coisas esquisitas”. Dá nomes às peças – ”buracos e tapados”, os mais antigos, ”lérias e pilhérias”, etc. –, que lhe foram transmitidos mas que nem sequer sabe o que querem verdadeiramente dizer. Continua a trabalhar, em conjunto com a comadre Tomásia, mas conserva ciosamente o seu saber. E quem quiser vê-la trabalhar deve contactar previamente o posto de turismo de Alandroal.
TOMÁSIA PEREIRA
Aprendeu renda com a avó aí pelos 11 anos e fez o seu primeiro naperon aos 16. Tomásia Pereira, continua a ter prazer em fazer rendas (”gosto de fazer tudo”, confessa)
e aceita encomendas. Mas os anos começam a pesar um pouco e, por isso, já não vai ”querendo muitas”. Faz questão de mostrar as peças mais bonitas da sua coleção particular, aquelas que fez
para si ao longo dos anos: um naperon circular feito com gancho, uma toalha de franjas feita com cana e alfinete de dama, um pano ”luzinhas de Portugal”, uma renda de frioleira feita com
naivete… A maneira de fazer as rendas mais difíceis de executar é um segredo que não revela a ninguém, embora mantenha uma cumplicidade antiga com a comadre Vicência.
BENTO PEREIRA
A vida do pai era o mármore, mas também se dedicava à arte da cestaria. ”Desde pequeno que o via a fazer e fui aprendendo a ver. Um dia disse-me que devia começar a fazer e achei que não era má ideia…”, explica Bento Prates. Mais novo de 11 irmãos, seguiu a sugestão do pai para aprender a trabalhar em verga. Tinha 25 anos quando recebeu as primeiras luzes e desde então complementa o trabalho na Câmara Municipal com a confeção de cestos, merendeiras e outros utensílios que estão à venda no posto de turismo de Alandroal. Vimeiros e salgueiros que existem na região, junto às ribeiras, são as árvores que fornecem a Bento Prates a matéria-prima. Depois de recolhida, a verga tem de ser ripada e só depois começa a ser moldada. As mãos experientes e calejadas de Bento Prates levam uma hora a fazer um pequeno cesto.
ALICE MANCHA
A pintura alentejana foi um sonho de infância realizado por Alice Mancha. Aos oito anos viu no Redondo uma cadeira pintada de vermelho, mas só adulta, depois de vários anos a viver nos Açores, é que quis saber como aquilo se fazia. Seguiu a tradição, que consiste em fazer pintura com motivos locais (ramagens, flores, etc.) em madeira, mas ousou ir mais longe, passando a restaurar peças (”é dar vida a uma coisa morta”, explica) e a fazer aplicações em potes de louça, peças de vidros, panelas de ferro e até braseiras. Está, por isso, disponível para ensinar o que sabe a outros, o que, de resto, já fez no passado. Aproveite e aprenda a pintar uma cadeira.
JOANA SERRANO
EDUARDO CÓDICES
FRANCISCO RONDINHA
Francisco Rondinha, asfaltador da Câmara Municipal de Alandroal reformado, faz redes de pesca há uns 15 anos. Era e continua a ser uma arte dos tempos livres, realizada sempre por encomenda – à volta de cinco pedidos por ano, mais no inverno, diz. Pescador nas horas vagas (o Guadiana não está longe de sua casa), começou a interessar-se pelas redes e a querer
saber como é que se fazem. Um vizinho, padeiro, prometeu anos a fio que o ensinava, mas nunca cumpriu. Até que um dia, passou lá por casa, já com um grão na asa e uma agulha cheia de linha na mão, e começou a ensinar-lhe a técnica. Hoje, tanto faz tarrafas (redes) grandes de 25 panos como pequenas, de 14 ou 16 panos. Como não é homem para ficar parado, também se especializou noutro ramo – faz miniaturas de barcos de pesca, casinhas e outros peças com temas rurais, em madeira e cortiça, que já expôs em várias localidades do país.
JOAQUIM ELIAS
JOSÉ PADILHA
CATARINA CARRAÇA
Começou a trabalhar com teares em 1994. Aos 18 anos, fez a formação em Reguengos de Monsaraz, seguida de outra em Arraiolos. Entretanto, adquirira o seu primeiro tear em segunda mão por 250 contos, em moeda antiga [1250 euros] e teve a ajuda dos pais para comprar o segundo. A lã, o algodão e tudo o que puder meter no tear são as matérias primas usadas. Os seus padrões associam o tradicional e o moderno para dar lugar a tapetes que podem levar mais de uma semana a fazer. Apesar dos seus clientes serem de classe média e média alta, viver desta atividade não é fácil.
MANUEL FONTAINHAS
Começou com a madeira e a pedra (xisto), mas é no ferro fundido que encontra a sua vocação, possivelmente por influência de seu pai, serralheiro civil de profissão. Manuel Fontainhas, 44 anos, tem desde há mais de 15 anos como atividade principal o trabalho em metal. No início, admite, foi por curiosidade, mas depressa lhe tomou o gosto, desenvolvendo peças por encomenda, sobretudo de natureza decorativa. Depois de ter transformado parte da sua casa em oficina, o que faz hoje dá para viver.
MARIA FÉLIX
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